
Imagem retirada da net
Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu, fora; e aí te procurava e lançava-me desfigurado ante as belezas que tu criaste. Estavas comigo e não eu contigo. Seguravam-me longe de ti as coisas que não existiriam, se não existissem em ti. Chamaste, clamaste e rompeste a minha surdez, brilhaste, resplandeceste e afugentaste a minha cegueira; exalaste perfume e respirei, e anelo por ti, e tenho fome e sede; tocaste-me e ardi por tua paz." (Versão extraída da Liturgia das Horas, Ofício das leituras, Edições Paulinas). Santo Agostinho morreu em 28 de Agosto de 430, aos 76 anos de idade, dos quais passou quase 40 consagrados ao serviço de Deus.
O anoitecer em S.Domingos
Muito melhor do que falar de Agostinho, é deixar falar o próprio Agostinho. Do seu mais célebre livro, as Confissões, onde narra todo o seu processo espiritual, oferecemos aos leitores este texto, que certamente é um dos mais belos de toda a história do Cristianismo, onde Agostinho se dirige ao Deus que o seduziu e conquistou o seu coração inquieto e atormentado. Do Livro das "Confissões", de Santo Agostinho, bispo (Lib. 7, 10, 18; 10, 27; CSEL 33, 157-163. 255) "Instigado a voltar a mim mesmo, entrei em meu íntimo, sob tua guia e o consegui, "porque tu te fizeste meu auxílio".

O amanhecer em S.Domingos
Entrei e vi com olhos da alma, acima destes olhos, acima de minha mente, a luz imutável — não esta luz vulgar e evidente para toda a carne nem como do mesmo género, apenas mais forte e que fosse muito e muito mais brilhante e iluminasse e enchesse tudo com o seu tamanho. Não era assim, mas outra coisa, inteiramente diferente de todas estas. Também não estava acima da minha mente como o óleo sobre a água nem como o céu sobre a terra, mas mais alta, porque ela me fez, e eu, mais baixo, porque feito por ela. Quem conhece a verdade, conhece esta luz.
Ó eterna verdade e verdadeira caridade e cara eternidade! Tu és o meu Deus, por ti suspiro dia e noite. Desde que te conheci, tu elevaste-me para ver que quem eu via, era, e eu, que via, ainda não era. E reverberaste sobre a mesquinhez da minha pessoa, irradiando sobre mim com toda a força; e eu tremia de amor e de horror. Vi-me longe de ti, no país da dessemelhança, como que ouvindo a tua voz lá do alto: "Eu sou o alimento dos grandes; cresce e comer-me-ás. Não me mudarás em ti, como o alimento do teu corpo, mas tu te mudarás em mim".
E eu procurava o meio de obter forças, para tornar-me idóneo a te degustar e não o encontrava até que abracei "o mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, que é Deus acima de tudo, bendito pelos séculos"; ele chamava-me e dizia: "Eu sou o caminho da verdade e da vida"; e o pão, que eu não era capaz de receber, uni à minha carne, "porque o
Verbo se fez carne", para dar à nossa infância o leite da tua sabedoria, pela qual tudo criaste.
Verbo se fez carne", para dar à nossa infância o leite da tua sabedoria, pela qual tudo criaste.
Santa Mónica casou-se, por arranjo dos seus pais, com um oficial pagão no Norte de África muito mais velho do que ela, e embora generoso era de temperamento violento. A mãe deste, que vivia com eles, era igualmente difícil e provou ser um desafio a ser vencido por Mónica. Esta tinha três filhos: Agostinho, Navigius e Perpétua. Através de muitas preces e paciência conseguiu converter o seu marido e a mãe dele para a fé católica, em 370. Ele morreu um ano mais tarde.
Perpétua e Navigius entraram na vida religiosa mas Santo Agostinho era muito mais difícil .
Ela teve que orar e pregar por ele durante 17 anos, pedindo, inclusive, orações dos seus amigos padres e monges, alguns dos quais a evitavam devido à sua persistência em conseguir o que parecia ser sem esperança. Um monge uma vez consolou-a dizendo: "Não é possível que um filho de tantas lágrimas venha a perecer ". Este pensamento, acompanhado de uma visão que tinha recebido, fortaleceu-a e um dia do ano 387, Santo Agostinho foi baptizado por Santo Ambrósio e tornou-se o famoso santo que todos nós conhecemos. Ela morreu mais tarde no mesmo ano no caminho quando voltava a África vinda da cidade italiana de Ostia.
É considerada a padroeira das mães de família. A sua festa é celebrada no dia 27 de Agosto. (Adaptado de http://www.cademeusanto.com.br/santa_monica.htm)
A sua festa é celebrada no dia 27 de Agosto

Celebramos no dia 28 de Agosto a memória do grande Bispo e Doutor da Igreja

Como estão actuais estes estudos e raciocínios com o tema "O Tempo" deste Homem que foi considerado um dos grandes Doutores da Igreja
1. A RELEVÂNCIA DO TEMA:
Quando nos propomos a falar sobre o “tempo” enquanto um “problema” ou ainda sobre “o problema do tempo”, o senso comum quase que de imediato mostra-se perplexo, num misto de estranheza e sarcasmo. Desde quando o tempo é um problema? Existe de facto relevância neste tema que justifique uma pesquisa académica? São questões não raras e maculadas pelo conhecimento comum, que tende a ver as coisas de forma periférica, como quem vê apenas a ponta de um icebergue e, julga, ingenuamente, conhecê-lo na sua totalidade, considerando portanto desnecessário depreender esforço reflexivo sobre ele.
Quando nos propomos a falar sobre o “tempo” enquanto um “problema” ou ainda sobre “o problema do tempo”, o senso comum quase que de imediato mostra-se perplexo, num misto de estranheza e sarcasmo. Desde quando o tempo é um problema? Existe de facto relevância neste tema que justifique uma pesquisa académica? São questões não raras e maculadas pelo conhecimento comum, que tende a ver as coisas de forma periférica, como quem vê apenas a ponta de um icebergue e, julga, ingenuamente, conhecê-lo na sua totalidade, considerando portanto desnecessário depreender esforço reflexivo sobre ele.
De facto, a questão do “tempo” parece, e somente parece, ser extremamente simples e conhecida de todos, o próprio filósofo Agostinho de Hipona reconhece isso quando afirma:
Que assunto mais familiar e mais batido nas nossas conversas do que o tempo? Quando dele falamos compreendemos o que dizemos. Compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam .
Apenas como recurso didáctico e para comprovação das palavras de Agostinho, citaremos um texto canónico muito conhecido que versa sobre o tempo:
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derribar e tempo de edificar, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de saltar de alegria, tempo de espalhar pedras e tempo de juntar pedras, tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar, tempo de buscar e tempo de perder, tempo de guardar e tempo de deitar fora, tempo de rasgar e tempo de coser, tempo de estar calado e tempo de falar, tempo de amar e tempo de aborrecer, tempo de guerra e tempo de paz .
O que há de intrigante e difícil nestas palavras transcritas do sábio? Absolutamente nada. Tudo está perfeitamente claro e respondido, até que se pergunte: O que é o Tempo?
Diante desta pergunta que sabemos e ao mesmo tempo não sabemos a resposta, temos que assumir uma postura cautelosa e nutrir um forte desejo de reflectir seriamente sobre o tema, como fez Agostinho quando perguntado pela sua mente brilhante:
Se ninguém me perguntar eu sei, porém, se quiser explicar a quem me perguntar, já não sei .
Apenas esta citação de um dos maiores filósofos de sua época, e não só da sua época mas de toda história da filosofia, colocando-se humildemente diante do gigantismo do “problema do tempo”, das suas implicações e desafios, já seria suficientemente aceitável como prova da relevância e dificuldade do tema.
Queremos porém, como se não bastasse, argumentar ainda com as palavras de Edmundo Husserl (1859-1938-Lições):
A análise da consciência do tempo é uma antiqüíssima cruz da psicologia descritiva e da teoria do conhecimento. O primeiro que sentiu a fundo as poderosas dificuldades que aqui residem e que com elas lutou até quase ao desespero foi Santo Agostinho. Os capítulos 14-28 do Livro XI das Confissões devem ainda hoje ser profundamente estudados por quem se ocupe com o problema do tempo. Portanto, nestas coisas, a época moderna, orgulhosa do seu saber, nada mais grandioso e mais considerável trouxe do que este grande e, na verdade, incansável pensador.
A análise da consciência do tempo é uma antiqüíssima cruz da psicologia descritiva e da teoria do conhecimento. O primeiro que sentiu a fundo as poderosas dificuldades que aqui residem e que com elas lutou até quase ao desespero foi Santo Agostinho. Os capítulos 14-28 do Livro XI das Confissões devem ainda hoje ser profundamente estudados por quem se ocupe com o problema do tempo. Portanto, nestas coisas, a época moderna, orgulhosa do seu saber, nada mais grandioso e mais considerável trouxe do que este grande e, na verdade, incansável pensador.
É pertinente lembrar ainda que o problema do tempo foi abordado e objecto de enorme esforço intelectual de vários pensadores reconhecidos pelo brilhantismo das suas mentes nas suas épocas e áreas de conhecimentos, dos quais podemos citar rapidamente: Parmenedes, Heráclito, Demócrito, Platão, Aristóteles, Isaac Newton, Leibniz, Kant, Hegel, Albert Einstein, Henri Bergson, Martin Haidegeer e tantos outros.
2. A SUBJECTIVIDADE DO TEMPO
Como já demonstramos anteriormente, a aparente simplicidade do tema e o suposto conhecimento que temos acerca do tempo acabam criando uma série de barreiras que dificultam a sua compreensão.
Alguns têm sugerido que esta dificuldade está directamente relacionada com o nosso grau de envolvimento e a estreita relação do ser humano com o tempo. Somos seres temporais, isto é, vivemos “dentro do tempo”, e já assim fomos criados. Esta dificuldade de compreensão logo desapareceria, se pudéssemos, transcender desta realidade, tornando-nos, de alguma forma, um observador externo, alheio ao tempo. Devemos notar que esta é também a visão moderna de tempo, algo que é exterior ao homem, isto é, uma visão objectiva de um tempo que existe, independentemente da existência do homem.
O cerne do pensamento Agostiniano inverte esta perspectiva e levanta entre outras as seguintes questões: E se a “realidade” for inversa? Ou seja, se ao invés de vivermos dentro do tempo for ele nosso hóspede? Hóspede de nossas consciências? Mais ainda, produto das nossas consciências? Criação das nossas mentes? E, finalmente, o tempo existe objectivamente?
O pensamento geral de Agostinho e, consequentemente, o seu pensamento sobre o tempo tem como base fundamental a sua teoria da verdade, que consiste primariamente em entender a verdade como “aquilo que é”, lógica peculiar da sua época. É fazendo uso desta lógica e aplicando a sua ideia da verdade na sua teoria do tempo que Agostinho chega a duas conclusões muito importantes.
2.1. A primeira delas é decorrente da sua análise lógica acerca da existência do passado, do presente e do futuro. Afirma ele:
Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo claro e brevemente? [...] e que modo existem aqueles dois tempos – o passado e o futuro – se o passado já não existe e o futuro ainda não veio? Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse para o pretérito, como poderíamos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir?.
Agostinho desconhecia, pelo menos filosoficamente, a existência de um tempo objectivo.
Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo claro e brevemente? [...] e que modo existem aqueles dois tempos – o passado e o futuro – se o passado já não existe e o futuro ainda não veio? Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse para o pretérito, como poderíamos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir?.
Agostinho desconhecia, pelo menos filosoficamente, a existência de um tempo objectivo.
Ele argumentava logicamente a favor da não existência objectiva do passado e do futuro, visto que um já passou (referindo-se obviamente ao pretérito), logo já não é, o que se segue que não é verdadeiro afirmar existir o passado. Quanto ao futuro, este ainda não veio, logo ainda também não é, sendo, por consequência, tão falso quanto afirmar a existência do passado afirmar a existência do futuro. Quanto ao presente, a única forma que o reconhecemos como presente é quando contrastado em relação aos outros dois tempos, isto é, passado e futuro, caso contrário o que seria? E se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir, ou seja, quando deixar de ser presente e tornar-se passado, logo, também não é em si mesmo, decorrendo daí lógica e igualmente ser tão falso afirmar a existência do presente quanto afirmar a existência do passado e do futuro.
2.2. Vejamos agora a segunda conclusão que chega Agostinho, como consequência da sua primeira reflexão, acerca da existência do tempo. Afirma ele:
O que agora transparece é que, não há tempos futuros nem pretéritos. É impróprio afirmar: Os tempos são três: Pretérito, presente e futuro. Mas talvez fosse próprio dizer: os tempos são três: presente das coisas passadas, presente dos presentes, presente dos futuros. Existem pois estes três tempos na minha mente que não vejo em outra parte (grifo meu) : lembrança presente das coisas passadas, visão presente das coisas presentes e esperança presente das coisas futuras. Se me é lícito empregar tais expressões, vejo então três tempos e confesso que são três.
O que agora transparece é que, não há tempos futuros nem pretéritos. É impróprio afirmar: Os tempos são três: Pretérito, presente e futuro. Mas talvez fosse próprio dizer: os tempos são três: presente das coisas passadas, presente dos presentes, presente dos futuros. Existem pois estes três tempos na minha mente que não vejo em outra parte (grifo meu) : lembrança presente das coisas passadas, visão presente das coisas presentes e esperança presente das coisas futuras. Se me é lícito empregar tais expressões, vejo então três tempos e confesso que são três.
Se formos cuidadosos em observar esta citação de Agostinho, logo perceberemos que existe uma espécie de primazia do presente em relação ao passado e ao futuro, esta primazia é de facto digna de um desenvolvimento de mais elaborado, o que não ocorrerá aqui, por razões óbvias, entretanto queremos destacar aqui, como segunda conclusão de Agostinho, relativamente à sua teoria do tempo, é o aspecto subjectivo que ele atribui ao tempo.
O tempo na sua teoria não é um “ente” independente do homem e objectivo, mas, pelo contrário, existe tão somente dentro das nossas mentes e em nenhum outro lugar mais. Isto equivale afirmar que o tempo existe por causa de nossas consciências, isto é, não existindo o homem, não existindo a sua consciência, o tempo também não mais existirá, porque é lá que não somente e unicamente existe o tempo como também é lá, na consciência, na mente do homem, onde tem início e onde há também a sua tripartição em passado, presente e futuro e insistentemente repetimos, na mente humana e em nenhum outro lugar.
3. A RETOMADA DO PENSAMENTO AGOSTINIANO DO TEMPO
Iniciamos esta pequena reflexão sobre o problema do tempo em Agostinho argumentando em torno da importância do tema, bem como demonstrando que grandes pensadores, nas mais variadas áreas do conhecimento e em épocas distintas tiveram que abordar a questão do “tempo”, talvez, quem sabe, inquiridos pelas suas próprias consciências.
Agora, já em palavras conclusivas, queremos lembrar que o pensamento de Agostinho de Hipona não ficou cristalizado na sua época, como bem afirmou Edmund Husserl. Todas que o sucederam e quiseram abordar o problema do tempo, tiveram que abrir a sua cartilha, ainda que para discordar. O cerne da sua teoria do tempo tem sido ratificada contemporaneamente por Henri Bergson, eficiente opositor do positivismo. Segundo ele, o positivismo não se manteve fiel à sua promessa de retratar a verdade, primordialmente, no que tange ao problema do tempo. O tempo especializado, cronológico, não é o tempo das nossas consciências, que é o tempo real, o tempo concreto.
Esta denúncia é feita sob as bases da teoria agostiniana do tempo, evidentemente acrescida de novas descobertas. E com ele, Bergson, concluímos:
Toda a consciência é memória-conservação, acumulação do passado no presente e antecipação do futuro.
Duração pura, duração vivida, duração real, duração qualidade, duração completa, todas são qualidades próprias dos estados psíquicos que se sucedem sem justaposição.
Sim, eu creio que a nossa vida passada está aí conservada nos mínimos detalhes, e tudo o que nós percebemos, passamos, desejamos desde o primeiro despertar da nossa consciência, persiste infinitamente. (Adaptado de http://www.mundodosfilosofos.com.br/fabio1.htm)
Toda a consciência é memória-conservação, acumulação do passado no presente e antecipação do futuro.
Duração pura, duração vivida, duração real, duração qualidade, duração completa, todas são qualidades próprias dos estados psíquicos que se sucedem sem justaposição.
Sim, eu creio que a nossa vida passada está aí conservada nos mínimos detalhes, e tudo o que nós percebemos, passamos, desejamos desde o primeiro despertar da nossa consciência, persiste infinitamente. (Adaptado de http://www.mundodosfilosofos.com.br/fabio1.htm)
Neste final de mês e para muitos seguidores e novos seguidores, final de férias e recomeço de vida activa, aqui ficam estas leituras que aconselhamos irem degustando a pouco e pouco... Quando o trabalho é muito... devemos comer o elefante a pouco e pouco e assim fazendo conseguimos comê-lo por inteiro... façam o mesmo com as leituras... a pouco e pouco, de mansinho... reflectindo... meditando, esquecem certos problemas e outros resolvem-se como por Milagre... é preciso é Reflectir, Meditar e ACREDITAR NELE.